terça-feira, 13 de outubro de 2009

Uma Rosa que Sangra

Como uma rosa que sangra me sinto agora...
Chorando de dor, jorrando tristeza por todos os poros.
Querendo morrer... Bem longe,
Longe de tudo, longe de todos aqueles que dizem me amar.
Uma ânsia imensa de me atirar do mais alto penhasco,
Ou de me cortar com o mais afiado punhal.
Sangrarei eternamente...
Derramarei lágrimas eternas, que me molham,
Da forma mais violenta possível.
Lágrimas de sangue, afiadas, que ao cair...
Rasgam-me a face, furam meus olhos e cortam-me a língua.
Como uma rosa pálida e sem pétala me sinto agora.
Nem a lua com o seu mais íntimo encanto,
é capaz de libertar-me dessa maldita dor.

ass: Karla Maggot
Espelho D'água
Gosto de ti, se me procuras à noite
Quando estou só, não ouço a voz, não vejo as cores
Posso sentir, sua presença em minha alma,
Se vens até mim, e a vejo num espelho d'água
Não posso tocá-la, por que está além dos olhos meus
Na madrugada somos três... a tristeza, a solidão e eu...
Se estás aqui, e adormeço em teus acalantos,
Não temo o Sol, não temo a luz nem seus quebrantos
Se tu me acolhes, já me inundo de desejos
Óh! Fada nua... Óh! Luz sombria do meu espelho
Quem dera... Se fosses a rosa branca dos meus vícios
A fumaça nos pulmões... o escudo, a espada e o espírito...
Eu vejo vozes e ouço vultos,
Eu fumo um cigarro e corto meus pulsos
Um corpo caído, um sonho do avesso
Duas taças de vinho, sangue e cianeto
Já não luto contra o luto, não amputo meus impulsos
Desmaio ao devaneio no meu leito moribundo
Noturno... soturno, na dor e na saudade
Nas flores do sepulcro até que a vida nos separe
A lágrima no rosto é mágoa
A lágrima no chão é um espelho d’água...

ass: Karla Maggot

Floresta Negra

Na noite escura da minha face

Levemente,

Num toque sutil,

Escorre a lágrima, há muito esperada,

E naquele instante, naquele impasse

Cai no chão de terra

Onde os cogumelos e as fadas quiseram que ela ficasse

Nada mais em meu redor,

Só eu,

No refúgio da minha alma de dor

De tristeza, e mágoa

Que sacrilégio!

Profanar os lagos onde vive a mais clara e pura água

Não queira eu censurar florestas tão puras e virgens,

Com a minha alma solitária


ass: Karla Maggot

sexta-feira, 2 de outubro de 2009