sábado, 13 de fevereiro de 2010

A Cadeira

Vejo a cadeira,

ela me vê,

engole-me,

pois discuto pela cadeira

a sua estabilidade mórbida

e sustentação ameaçadora

A cadeira imóvel,

tranqüila.

Eu me enojo,

pois não sou a cadeira,

não posso ser,

não sei o que é ser.

Estou confuso

entre a distância da cadeira

e os meus olhos,

ela tão fria

que fria fica

que fria passa

que fria é.

A cadeira sem fala,

Fala-me,

em gestos ausentes de movimentos

demonstra:

sua expressão assombrosa,

seu silêncio deslumbrante

Eu me limitei à cadeira

o limite de não ser

por ver o que não sou

e sentir o que não poderia.

Cansado da cadeira

digo fim

admitindo meu não:

eu não sou a cadeira


ass: Karla Maggot

Doce Pecado

Doce pecado!

Doce como a maçã da serpente do paraíso

Este sentimento é arrebatador, incontrolável, insaciável...

Tão animalesco e instintivo!

Provoca culpa e prazer.

Leva-os ao êxtase que beira a Insanidade

Eles não se contêm,

entregando seus corpos à luxúria

Como se Eros e Afrodite

se apoderassem deles

As horas passam imperceptíveis aos seus olhos.

Mas isso já não importa!

O prazer os leva ao infinito,

onde não há tempo, mas somente os dois...

imortais em seu pecado

Seus corpos em um ritmo frenético

se afogam em prazer

E amor carnal.

Vivem um em prol do desejo do outro...

Alimentando-se da libido

que seus corpos exalam.


ass: Karla Maggot

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Em Busca da Paz

Me escondi por muito tempo...

Buscando ser uma pessoa normal

Sempre fui triste, mas tentei ser forte,

Achei que fosse só uma fase de minha vida

Mas percebi que não, minha sina é ser assim

Constantemente angustiado e triste

Os dias passam lentamente

É uma tortura viver

Mas sou covarde, não tenho coragem de usar a adaga

E atravessar esse meu coração deprimido

Minha alma atordoada viverá por muito tempo,

E quem sabe em uma outra vida,

Minha alma seja alegre, feliz...

E enfim possa descansar em paz


ass: Karla Maggot

Ira Lasciva

Eu sou o semblante triste

O sorriso curto e ainda tímido

Por traz dos olhos de esfinge

Se esconde um vulto, ou espírito

Dentro da minha alma

Existe uma necrópole

De vampiros suicidas

Mortos de overdose

Fragmentos de poesia,

Anjos loucos num calabouço

Acusados de heresia

E torturados pelo fogo

São vagas todas as lembranças

Da insânia ingênua e lua fria

Fui traído pela falsa santa,

Na neve branca da melancolia

Assim ao amor dos mortais

Prefiro a solidão dos Anjos

E a minha condição fugaz

De simples ser humano

Sou uma tela, sou um quadro surreal

Pintado à óleo e sangue

Sou guerreiro guardião do Santo Graal

Na clausura de Notre Dame


ass: Karla Maggot

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010


Nosferatu *--*

Eskander

Eu respiro o perfume do lírio do campo

Que já não sustenta mais de angústia

Sangram as lágrimas que caem...

suspiram à saudade que varre as lembranças...

Quero cair...

quero me jogar ao longe onde nada mais me acolherá

Quero derramar sozinha minhas lágrimas

Como o lírio, quero me isolar...

mesmo que eu sangre até a sublime morte...

Quero deitar sob a terra

e observar a beleza de estar vulnerável e sozinha

Ser absorvida para seu interior

Ser parte da sua essência

É tudo que quero e penso em sentir

Em meus mais profundos momentos de desespero

de quando minha alma exala a essência da morte

Ao mesmo implicita o desejo de estar

permeando a beleza vivida aos antepassados

Um desejo que arde...

que anseia a interromper esse sentimento

Mas que não tem forças para lutar a isso...

A esperança que resta não basta...

Liga-se a mim por apenas um trêmulo fio

Que a qualquer momento,

assim como minha vida,

poderá se romper.


ass: Karla Maggot

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

...agora e na hora de nossa morte...

Muito orei pra não ver este momento

Pra não sentir o cheiro destas flores

Agora é tarde, tudo foi em vão

Anjos e Demônios

Dançam em minha cabeça

Não tem mais peso as mentiras

nem extensão as verdades

Tudo agora é um grande vazio

Um buraco em minha existência

E pouco a pouco, vou perdendo o controle

Não consigo entender

Ninguém precisa mais de você, do que Eu

Não eram essas as flores que você merecia

Agora muito depressa, estou perdendo o controle

Não há mais vontade alguma

Agora me falta o "Alguém".


ass: Karla Maggot

Distante

O que eu vi diante de você,

Foi a imagem que esperava ver

Desesperado sem saber porque

Deixando a vida, deixando de viver.

A solidão amiga e companheira

Estranha face fria e sossegada

Angústia pelo silêncio à noite inteira

Na bela noite negra e gelada.

Pairou diante de mim por tempo

Com cegos olhos me via diferente

Como a lenta morte, soprava o vento

Sinto te deixar, embora, sem lamento.

Nosso tempo já foi diferente

A mudanças por que passa agora

Mas a dor entre nós era intermitente

Dou-lhe adeus e deixando-a ir embora.

Deixando um peso na alma sem saber

Quando a vi na margem do rio,

Águas turvas mas também calmas

No momento que não esperava reviver.

Agora você está aí sem nada a fazer

Deixo contigo minhas tristes lembranças

Pela eternidade, irei me arrepender

Ver-te ao meu lado ainda é minha esperança.


ass: Karla Maggot