sábado, 13 de fevereiro de 2010

A Cadeira

Vejo a cadeira,

ela me vê,

engole-me,

pois discuto pela cadeira

a sua estabilidade mórbida

e sustentação ameaçadora

A cadeira imóvel,

tranqüila.

Eu me enojo,

pois não sou a cadeira,

não posso ser,

não sei o que é ser.

Estou confuso

entre a distância da cadeira

e os meus olhos,

ela tão fria

que fria fica

que fria passa

que fria é.

A cadeira sem fala,

Fala-me,

em gestos ausentes de movimentos

demonstra:

sua expressão assombrosa,

seu silêncio deslumbrante

Eu me limitei à cadeira

o limite de não ser

por ver o que não sou

e sentir o que não poderia.

Cansado da cadeira

digo fim

admitindo meu não:

eu não sou a cadeira


ass: Karla Maggot

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